Excerto da alma

Na luz que ofusca a noite e transforma o mar em lago,
de chumbo brilhante, cristal inundado de luz;
me retenho….
Imagem emprestada pelo tempo.
Sorvo-a como se fizesse parte dela.
Num vulcão explodindo de constantes metáforas
Sem barreiras, teorias ou simbolismos constantes,
Gotas que dão forma a uma corrente de lava e desejo.
Fogo que sopra dentro de mim,
Como a música de Wagner
Numa alusão ao Universo,
cascata de sons
Que não precisam de oxigénio para respirar.
Será que sou insensível a este canto desesperado
Que quer sair para fora de mim?
Ou terei vontade de rasgar o céu e voar
Numa tropelia "tagarela" rente ao escuro mar
No meio desta luz?
A ilusão que já tem a sua forma, e deixa de ser ilusão?
Em sobreposição, alcanço um misticismo secular e entro dentro de mim.
É o medo que encontro e a raiva apresentada
Neste imenso vazio de sangue e lágrimas.
Num coração despedaçado.
Estou no reino das possibilidades
Que são hipóteses de escolha ainda.
A imagem...
Continua lá...
Preciso de a queimar e lançar as cinzas ao vento
Para esquecer...
Em imaginação demoro apenas uma fracção
De tempo a voltar.
Num eco de mim… me retenho.
Voltar à luz que é a vida imperfeita
Mas minha...