5 de maio de 2009

Abstractas são as palavras


Cortei palavras de um livro antigo
e fiz novas imagens, como aquelas
que estão perdidas no tempo e voam
Como borboletas de um dia só.
Uma fonte jorrou água, a saciar a sede
numa fórmula insolúvel, na transformação.
Consumiu-me o fogo ao percorrer este
manual de palavras abstractas.
Um corpo a fingir que é forte de tão frágil.
Cortei palavras de diálogos vastos
Covardemente me aquietei …na ira dos dias.
Serenamente, atropelei o meu coração.
O sonho vive ainda apesar deste cansaço
Com que lidero o âmago da minha vida.
E vou continuar a cortar as palavras desse livro,
porque o meu momento é agora e nunca antes.
E sinto frio, tanto frio… a viver dentro de mim.
Que os dias venham aglomerados num só
Para deixar o silêncio adormecer e… docemente
sentir o calor do teu abraço.
Até quando este continuar de palavras abstractas?
Airam Vieira ( Maria)

2 comentários:

O Profeta disse...

As andorinhas do Mar chegaram
Com alegria tatuada nas penas refulgentes
Soltam chilreados estridentes
Dançam no azul, rodopiam contentes

A maresia adormeceu na areia
O mar transformou-se em espelho de água
Uma nuvem mirou-se nele
Verteu uma última gota de mágoa


Bom fim de semana


Doce beijo

O Profeta disse...

Ao meu querer!
Dias noites, estações esquecidas
Inventei sonhos para sonhar
Lavei mágoas, dores perdidas

Uma árvore toca as águas da lagoa
O nevoeiro faz desenhos nas cumeeiras
Um Melro negro solta um pio ao acaso
A palavra quero-te diz-se de mil maneiras


Convido-te a ver a Cor da Claridade


Doce beijo